RESENHA DE MANGÁ: 1945-volume único (E também uma conversa sobre alguns assuntos sérios)
LEIAM 1945, E ESTUDEM HISTÓRIA!
ALERTA DE TEXTO LONGO!
"1945” é um mangá shoujo de volume único, da autora japonesa Keiko Ichiguchi, publicado em 1997. Aqui no Brasil foi publicado pela editora New Pop em 2007, inclusive, foi a primeira publicação da editora. Ouvi falar disso, e tive curiosidade para saber do que o mangá se tratava. Mas, não o achei para vender em lugar nenhum.
Do mesmo jeito, quando descubro algum mangá shoujo que foi lançado aqui no Brasil (por exemplo, da editora Panini ou JBC), mas acabou ficando no “limbo” por ninguém encontra nem a sombra dele (até hoje descubro mangás que nem sabia que tinham sido lançados aqui). A solução é, ou você espera um relançamento ou reposição da obra (o que é quase impossível), ou inicia uma “jornada” pelos sebos da cidade e/ou pesquisa para comprar usado na internet. Como esperado não o encontrei, logo, acabei desistindo. Até que a editora falou que iriam relançar e esperei o relançamento.
Por fim, o relançamento foi anunciado na ocasião da inauguração pela editora New Pop do selo sakura (selo voltado para obras shoujo (meninas jovens) e josei (mulheres adultas), ou seja, público feminino) em 2022. E a obra foi lançada em uma nova edição em julho do mesmo ano. \O/ \O/
Pergunto-me se o selo, foi o sinal que as obras femininas terão mais atenção no país? Porque o público estava sendo ignorado por muitas editoras. Para quem, é de fora do nicho otaku ou "perdido no rolé", e quer procurar entender. Leiam essa postagem do nosso blog sobre "O que é shoujo?": https://univershoujo.blogspot.com/2022/08/o-que-e-shoujo.html?m=1 e a postagem do blog Lacradores Desintoxicados sobre o mercado brasileiro de mangás: https://lacradoresdesintoxicados.com/2021/11/o-mercado-brasileiro-de-mangas-e-o-shoujo/ (postagem de 2021, mas colocando aqui para contextualizar, a situação começou a apresentar um pouco de melhora com o selo da Newpop e logo depois alguns anúncios de obras femininas por outras editoras- a questão é se vai permanecer).
SOBRE O MANGÁ 1945: (e também sobre algumas questões políticas atuais)
A história se passa durante a Segunda Guerra Mundial, mas, precisamente, na Alemanha Nazista. Aqui a sinopse apresentada:
(o titulo e a sinopse não diz muita coisa, mas enfim)
“Quem são aqueles? Não sabem o que há debaixo da neve? Aqueles que agora jazem sepultados eram homens… Mas será que eram mesmo? Talvez não tenham dado nem mesmo um grito. Aqueles que estão correndo por cima dos cadáveres… São eles os humanos?”
Trata-se de uma história curta de 152 páginas, e centrada em 3 personagens: Elen, Alex e Maximilian. O principal de 1945 é mostrar o que ocorre naquele período na diferente visões desses personagens, mas principalmente mostra que houve RESISTÊNCIA dentro da Alemanha para o regime Nazista. A obra retrata partes também do fronte oriental, mas precisamente, a Operação Barbarossa.
E, acho importante falar que a obra NÃO faz apologia ao nazismo.
Comentando do se trata, sem dar spoilers: A Ellen é uma menina que tem uma amiga judia. Quando começa a perseguição dos judeus, a amiga dela é levada. A Ellen fica em estado de choque, ela conhece, então, esse menino, o Alex e passa a namorar com ele. O Alex tem ódio aos judeus, por um determinado motivo. A menina tem um irmão chamado Maximilian que é contra o governo nazista e faz parte de um grupo de jovens universitários.
Um aspecto que a obra retrata, é um grupo de resistência chamado de Sociedade da Rosa Branca, era um grupo de resistência antinazista formado por jovens universitários. Eles distribuíam panfletos em caixas de correios contra o regime. Na parte de trás do mangá tem um anexo com o contexto histórico sobre a época escrito por uma professora, historiadora, doutorada em história pela UNB (Universidade de Brasília), chamada Valéria Fernandes dona de um blog chamado Shoujo Café inclusive é indicado para quem gosta de mangás da demografia feminina. Ela discute questões feministas, fala de animes e mangás, mas também de outras coisas como filmes e novelas. No anexo da obra, ela explica sobre eventos e as organizações da época e é um bom complemento da leitura, com linguagem bem acessível e fácil de entender.
Em aula de história nunca tinha ouvido da Sociedade da Rosa Branca (se algum
professor (a) falou ou li em algum livro didático, provavelmente me esqueci). E
foi muito interessante saber sobre isso, porque bem, sou uma ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA DE HISTÓRIA CANSADA E SOFRIDA, e quando a gente pensa em várias pessoas muitos jovens
que lutaram pela liberdade, pelo o que era certo, e foram presas, torturadas
e/ou mortas isso mexe com a gente. Soube lendo o apêndice do mangá escrito por
Valéria que tem até um filme de 2005 chamado de Sophie Scholl- Die lezten tage,
cujo nome no Brasil, foi Uma mulher contra Hitler. A protagonista Ellen do
mangá 1945 é uma inspiração da Sophie Scholl.
“(...) compreenderam desde o início era a necessidade de envolver a juventude em suas atividades, colocar sua energia a serviço da ideologia, do novo regime. Não se tratava simplesmente de controlar e disciplinar, como muitos gostam de fazer crer, mas formar jovens que pudessem manter vivo aquilo que os nazistas acreditavam que a Alemanha deveria ser.”
E, é, bem, isso mesmo. Você precisa formar o público jovem, porque eles são o futuro da nação. E não é no controle e na disciplina, mas formação mesmo, educar os jovens para manter vivo o sistema. E também para que eles não se rebelassem, as outras organizações da juventude foram perseguidas e banidas, só sobrando a Juventude Hitlerista e a Liga das Moças Alemãs.
Como conta Valéria, naquela época foi criada a Juventude Hitlerista, organização paramilitar, que em 1922 formava meninos de 14 a 18 anos, as organizações de jovens foram banidas e passou a existir só a juventude Hitlerista. Em 1936, ela foi obrigatória e chegou até a aceitar meninos de 9 anos. Em 1939, todos os meninos tinham que aderir mesmo que os pais fossem contra. Já as meninas filhas de cidadãos alemães, entre 14 e 18 anos tinham que compor a Liga das Moças Alemãs, criada em 1930, que era a secção feminina da Juventude Hitleristas. O alistamento passou a ser obrigatório em 1936 a partir dos 10 anos de idade. Objetivo era formar as futuras mulheres dos oficiais nazistas, mães do povo alemão (bela, recata e do lar), em nome do ideal de “raça pura”. Sabermos o destino, de quem não era de “raça pura” e de quem era contrário ao governo. Lembrando que, o nazismo não vitimou só judeus, mas também deficientes, homossexuais, negros, comunistas, anarquistas, social-democratas, também outros povos como ciganos e eslavos, etc.
Ainda, não estudei História Contemporânea na universidade, mas gostaria de falar algumas coisas sobre o contexto histórico. A gente fica se questionando como deixaram o H*tl* assumir o poder. Dado, o contexto econômico e social que se encontrava a Alemanha e também pelas ideias propagadas a muito tempo como o antissemitismo, que já era muito espalhado na Europa a muitos anos pela Igreja Católica. Não é algo difícil de compreender a ascensão do nazismo na Alemanha. Mas, vou falar sobre outras questões em seguida.
Os judeus foram associados a empréstimos -já ouviu alguém falar que os judeus eram ricos?-. Aqui nessa thread no twitter, fala um pouco sobre: Chainsaw Man: o que nos diz sobre o perigo na extrema-direita Também colocando, propositalmente essa thread, devido a acontecimentos recentes.
Como sabermos, a Alemanha, perdeu a Primeira Guerra Mundial e teve que arcar com as consequências do Tratado de Versalhes (1919) como perca de territórios, restrições ao tamanho do exercito e diversas indenizações. Fazendo uma retomada dos fatos, o território que hoje é a Alemanha, assim como a Itália, era um conjunto de vários de reinos e principados que se unificaram no final do século XIX (é o que a gente chama de unificação dos estados nacionais), no caso, os dois tiveram uma unificação tardia. A Alemanha foi unificada em 1871, quando o Império Alemão foi criado, como boa parte do Reino da Prússia (só excluindo a Áustria), logo depois da derrota da França na Guerra Franco-Prussiana (1870-1871). O império Alemão foi fazer, o que as outras potências europeias já faziam há tempos: pilhar e fazer genocídio. Sendo que a Alemanha estava atrasada na corrida colonial imperialista, então sobrou poucos territórios para ela. A Conferência de Berlim (1884-1885), dividiu a África entre os impérios europeus. O século XIX é caraterizado pela ascensão dos sentimentos nacionalistas e da corrida armamentistas entre as potências. As relações entre elas já eram tensas antes da primeira Guerra Mundial (1914-1918). Enfim, a guerra imperialista, como se pode imaginar, causou crise econômica e social na Alemanha.
Li algumas partes do livro na aula de História Medieval chamado “História do medo no Ocidente”, do historiador francês Jean Delumeau. A história do Ocidente é marcada pelo “medo”, e os "agentes do mal": os mulçumanos, os judeus e as mulheres (estas últimas devido a misoginia dos clero e a cultura patriarcal). Como sempre, são "inimigos externos" a serem combatidos.
Falaremos, então, de um certo inimigo externo a ser combatido. E que pode chocar alguns! :O
C o m u n i s m o
"Brasil vai virar Cuba" (nem é de hoje essa conversa), fake news como “mamadeira de piroca”, “as crianças vão ser ensinadas a virar trans nas escolas”, esse tipo de coisa que podem fazer a gente rir de tamanha bobagem, mas existem pessoas que acreditam de verdade e, é necessário, certa atenção.
Acredito quem vive/viveu em família cristã (sou de família católica -porém não sou cristã-, mas também convivi/convivo com muitos evangélicos) conhece bem que esse "medo do mal", inclusive sendo ensinado por aí. (Não estou fazendo nenhuma ofensa, a religião de ninguém, espero que entendam o que quero dizer). Enfim, sobre o papel/influência da religião em questões sociais dar para fazer TCC e um monte de artigos científicos. Não tenho propriedade para falar sobre isso, ainda, quem sou nesse momento? Dito isso, lembrei de Fake News que escutava na infância eram a Hello Kity não tinha boca, logo era do demônio (sério), e as que causaram lembranças tristes como: o YU-GI-OH, "o baralho do diabo". A gente que gosta de cultura pop asiática, sabe muito bem preconceito contra essas coisas, é, até misturada com xenofobia e orientalismo.
Mas, enfim, toda essa situação envolvendo a religião, o que acho interessante, é que os jovens da Rosa Branca, usavam passagens da Bíblia nos seus panfletos, aqui você pode ver todos eles disponíveis em inglês: https://www.white-rose-studies.org/pages/the-leaflets. (no site, eles informam que precisa de permissão para citar, como é uma grande burocracia, não estou citando trechos que achei importante aqui, mas indico ler o folheto de número 4, feito para atingir luteranos e católicos). Eles entenderam quem era o verdadeiro "inimigo" a ser combatido aqui.
Este texto, já fugiu de ser uma resenha mas, diante do que acontece por aí, sinto-me na obrigação de falar algo. Afinal, os grupos neonazistas crescem pelo país (e pelo mundo):
Aumento de armas, no país durante o desgoverno também é preocupante (vou nem dizer porque, vocês sabem)
E também por esse tipo de coisa existe: https://twitter.com/carollinesarda/status/1613856324172800001. Vejo tudo isso enquanto tenho crises existenciais sobre porque estudo história, em meio a ascensão fascista no nosso país e pelo mundo. Na minha visão, as pessoas tem duas escolhas: ou ignorar tudo e fingir que nada acontece ou resolver fazer a sua parte no que deve ser feito: espalhar o conhecimento verdadeiro, e lutar (a sua maneira) contra isso. Tipo, como é mostrado no mangá, através do jovens da Sociedade da Rosa Branca. Eles não ficaram calados!
E para finalizar, vou falar de mais alguns pontos. Prepara-se para ser doutrinado! (ironia)
HAHAHAHAHAHA
Na verdade, vamos buscar sair da ignorância e buscar estudar de fato sobre as coisas.
Primeiro, disse no inicio do texto sobre: "ESTUDEM HISTÓRIA", pois é mas não qualquer coisa, vejam bem, o nazismo é uma ideologia de EXTERMINIO DE MASSA, ele não deve defendido em nenhuma hipótese. E isso não é algo para ser defendido como “liberdade de expressão”, porque você não pode ter a liberdade de defender um crime. Isso devia ser algo óbvio, mas existem, um pessoal aí que quer até mesmo negar o Holocausto que tem documentos históricos, testemunhas, provas dos mais variados tipos comprovando que aconteceu.
Segundo, o partido nazista se chamava Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães! Socialista! O que?! nAZismo dE esQuerDA? Sim, tão socialista como o partido de "você sabe quem" o PSL, também tinha "social" no nome. Nazismo NÃO ser de esquerda já é um consenso entre historiadores, mas nos tempos de "pós-verdades", em que se discute até se a terra é plana, infelizmente as pessoas tem que gastar energia falando o óbvio.
Nesse artigo que achei: "A ideologia nacional-socialista: O revisionismo e o nazismo de esquerda (link no final do texto- nas referências-). O autor procura demostrar como os argumentos usados pelos revisionistas são rasos e falsos. Os nazistas eram antimarxistas e anticomunistas. Porque como sabemos, devido a Revolução Russa (1917), havia o medo entre as elites burguesas de uma revolução social. E tentativas, de fato ocorreram, (a Revolução Alemã-1918-1923, foram uma série de revoltas e conflitos civis, como a de 1918-1919, conhecida como Novemberrevolution-Revolução de novembro, causou a derrubada da monarquia abdicação do Imperador -Kaiser- e no estabelecimento de uma Republica parlamentarista- República de Weimar, que começou em 1918 e terminou em 1933 quando H* virou Chanceler da Alemanha). Conforme o autor, o próprio nome do Partido, buscava atingir o proletariado e os eleitores de esquerda:
" (...) O uso da cor vermelha na bandeira nazista era uma maneira de atrair estas pessoas, já que era a mesma cor utilizada pelo movimento comunista. A uniformização dos militantes nazistas, as bandeiras vermelhas, a formação de uma militância jovem e atos de rua foram copiados dos comunistas não porque havia alguma afinidade, mas sim para rivalizar. O próprio Hitler assumiu esses pontos em suas obras." (DE MEDEIROS, 2020, p.12)
A formação de uma militância jovem! Você lembra da Juventude Hitleristas? Pois é!
Terceiro, o chamado comunismo ainda não existe, em lugar nenhum do planeta Terra, pois trata-se de uma sociedade sem Estado. Como fala o historiador Paulo Fagundes Vizentini, no livro: "Porque o socialismo Ruiu?". (VIZENTINI, 2021, p. 21), os partidos, organizações e movimentos que utilizam o termo "comunista", porque querem chegar nesse objetivo. O socialismo que é uma fase de transição, em uma sociedade pós-capitalista, para chegar ao comunismo, implantando por uma revolução pela "ditatura do proletariado", como fala Karl Marx e Engels, é que existiu e ainda existe. No entanto, como explica o historiador:
"(...), o termo socialismo é vulgarmente empregado no sentido de um regime "moderado", de esquerda, de tipo socialdemocrata, protagonizado por grupos que não desejam chegar ao comunismo, mas sim reformar o capitalismo (por exemplo, o socialismo sueco). Já na teoria marxista o comunismo (ainda inexistente), seria moderado e o socialismo (realmente existente) seria radial, ao contrário da percepção leiga". (VIZENTINI, 2021, p.21)
Só isso daí, já explode a cabeça de muitas pessoas. Na minha visão, quando alguém hoje em dia se diz "socialista", a pessoa pode ser revolucionária ou reformista. Comunistas são comunistas mesmo, trabalham para que a revolução venham (os de verdade). Entretanto, mas uma vez, continuando com as palavras do autor:
"A ideia de uma sociedade genericamente comunista , todavia, é muito anterior ao marxismo. Na antiguidade Platão, em A República, descrevia uma sociedade comunista, mas restrita a elite livre. Foi apenas com cristianismo que todos os seres humanos foram considerados 'irmãos', criticando os ricos e enaltecendo os pobres (...) A Utopia, de Thomas Morus, e a A Cidade do Sol, de Campanella, também idealizavam sociedades do tipo comunista. Durante A Revolução Inglesa os artesãos Levellers e os camponeses Diggers, e na Francesa os partidários da Conjuração dos Iguais, (...) pegaram em armas pela causa, mas foram esmagados." (VIZENTINI, 2021, p. 2o21)
Então, digamos que uma espécie de "idealismo" de uma sociedade igualitária, já era uma coisa desde muito tempo. E, as pessoas lutaram por isso. Buscaram sair do "campo das ideias" e trouxeram para uma realidade "material". Na escola a gente estuda Revolução Industrial e em como era ruim as condições das pessoas que trabalhavam, incluindo crianças em condições horrendas e até mais de 16 horas por dia; veio então o Socialismo utópico (tem vários carinhas), e criticaram as condições da classe operária. Até que Marx e Engels (melhor casal na minha humilde opinião), os criticaram e disseram: "nada de conversar com o patrão, pois não adianta de nada, trabalhadores: UNI-VOS!". Não disseram isso com essas palavras, mas resumido, é isso. Também tiveram os anarquistas que divergiam dos marxistas e acreditavam que o Estado deveria desaparecer imediatamente e defendiam um tipo de liberdade mais abrangente.
Quarto, depois de tudo o que já disse, só queria chegar no fato de: Porque é tão temido. Oras, pois, a burguesia tem medo da perturbação da ordem social de perder seus privilégios. (jura?) O Nazismo e o fascismo (que também não é de esquerda). Foram apoiados pela burguesia, são conservadores, e manipularam as massas através da propaganda e do medo. O nazismo alemão é considerado, também um fascismo.
Não vou falar dessas questões aqui (mas do que já falei), porque esse texto já está muito grande, mais vou indicar duas coisas. O primeiro é um documentário soviético "O fascismo de todos os dias", de 1965 sobre a visão soviética sobre o nazismo. A ascensão de Hitler, o arianismo, o antissemitismo, e a manipulação por parte da propaganda nazista. E também um Podcast chamado HistóriaFM https://leituraobrigahistoria.com/, onde participam vários historiadores e pesquisadores (de diferentes visões até, mas que fazem um trabalho sério) para falar sobre vários assuntos na história.
Agora vamos falar do Brasil de novo. Vamos "dar nome aos bois":
Esse país teve uma ditatura militar em (1964-1985), e no final dela foi dado ANISTIA aos militares, que até hoje (na verdade, muito antes da ditadura militar) se acham donos do país e da democracia brasileira. Esse pessoal junto com os setores do agronegócio (que não é pop) e que mata povos originários, e os setores conservadores cristões, junto aos empresários que acham que tem vida difícil (tadinhos, vou chorar), e o imperialismo estadunidense, que são OS INIMIGOS e o MOTIVO de porque ESSE PAÍS NÃO VAI PARA FRENTE.
Os seguidores de "você sabe quem" são fascista, tua avó, teu pai, teu irmão, tua mãe, teu vizinho são fascistas, mesmo que eles não saibam o que é e/ou neguem. E vocês viram que mentiras são propagadas por aí, mostrando que a muito dinheiro investido nisso...
Como o governo atual vai agir? Vão dar anistia? (falo do dia 8 de janeiro e de outras coisas mais). Enfim, é o mínimo que se pode esperar. Da minha parte, resolvi ser mais que uma observadora, como alguém que entrou na universidade em meio ao caos e nem mesmo cresceu em ambiente de muitas discussões politicas. Mas, gostava de História, e tinha muita curiosidade de entender o que acontece por aí, vai continuar fazendo o que acha que deve fazer. Talvez depois da leitura, até tenha me inspirado mais.
Voltando a falar do mangá 1945: (para finalizar kkkkkkk)
Achei o mangá de 1945 muito bom, pena que é curto, senão poderia
explorar mais o assunto e também outros personagens, mas a forma que foi feita pela
autora, achei que deu certo e passou o que queria passar. Também gostei da edição da New pop. Não vi nenhum
erro como, por exemplo, de edição. Não achei as páginas transparentes. A minha
única reclamação é do selo sakura, na parte de trás do mangá, de modo, que não
dar para ver, fora isso, não tenho nenhum problema com essa edição física.
Sobre a autora do mangá a Keiko
Ichiguchi, ela é japonesa, formada em Italiano pela Universidade de Estudos
Estrangeiros de Osaka. No final do mangá tem uma entrevista feita com ela em
2007 e uns rascunhos dos seus desenhos. Como dito, na entrevista pela autora,
ela escolheu fazer italiano porque tinha que entrar na faculdade para agradar
os pais (sim, foi esse o motiv0), e porque poucos estudavam essa língua no Japão. Logo depois ela se mudou para Itália onde mora desde então, trabalhando
como mangaká, escritora e tradutora. Em algum momento, ela teve conhecimento da história
da Sociedade da Rosa Branca, que serviu de inspiração para escrever 1945.
É isso.
FORA FACISTAS! (e milicos)
FORA GOLPISTAS!
SEM ANISTIA!
INDICAÇÕES:
-Filme: Sophie Scholl- Die lezten tage: Uma mulher contra Hitler;
https://www.youtube.com/watch?v=CxERwWy1zWI
-Documentário Soviético: O fascismo de todos os dias;
https://archive.org/details/FascismodeTodosOsDias1965
-Livros:
História do Medo do Ocidente-Jean Delumeau; Editora Companhia das Letras
A revolução alemã-1918-1923-Isabel Loureiro; Editora Unesp
Por que o socialismo ruiu? De Berlim a Moscou 1989-1991- Paulo Fagundes Vizentini;
Podcast:
História FM
https://leituraobrigahistoria.com/programa/historiafm/
LINKS:
https://lacradoresdesintoxicados.com/2021/11/o-mercado-brasileiro-de-mangas-e-o-shoujo/
https://twitter.com/JudeuQueEscreve/status/1613929035737841664
https://twitter.com/carollinesarda/status/1613856324172800001
Notícias:
Panfletos da Sociedade da Rosa Branca (em inglês):
https://www.white-rose-studies.org/pages/the-leaflets
REFERÊNCIAS
do que eu usei em citações (apenas)
VIZENTINI, Fagundes Paulo. Por que o socialismo ruiu? De Berlim a Moscou 1989-1991. 1ª ed. São Paulo: Edições 70. Brasil. 2021;
DA SILVA, Fernandes Valéria. ANEXO- ENTENDENDO A ÉPOCA. In: 1945, Itália: Kodansha 1997. 2ª reimpressão. Editora New Pop. 2022; (essa referência daqui está escrita errada com certeza lol)
DE MEDEIROS, Lula Saldanha Gabriel. A ideologia nacional-socialista: O revisionismo e o nazismo de esquerda. Revista Multidisciplinar de Psicologia. ISSN 1981-1179, n 49, v. 14, p.11-12, Fevereiro/2020. Disponível em: https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/download/2307/3636/9444. Acesso 25 de janeiro 2022.
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